O secretário estadual de Segurança Pública, coronel Rubens Pereira, afirmou que a solução para reduzir a criminalidade em Teresina está no monitoramento eletrônico da cidade. A proposta é a instalação de botão do pânico.
"A policia está nas ruas, está trabalhando, mas temos poucos policiais. Por lei, teríamos que ter 12 mil PMs, não temos nem metade. Precisamos fazer concurso todos os anos para completar o quadro, como não podemos, estamos trabalhando com soluções piloto, como monitoramento eletrônico em vários pontos e nos hospitais já há o botão do pânico. Sem tecnologia, não há como garantir segurança", enfatizou.
A declaração foi feita durante reunião no Sindicato dos Lojistas do Piauí (Sindilojas), para discutir a sensação de insegurança no Centro da cidade, o que tem resultado na queda das vendas.
As reclamações dos empresários são muitas. Para o presidente da Associação dos Jovens Empreendedores (AJE), o assalto a um pequeno comércio pode resultar na morte do negócio. "O dano é, muitas vezes, irreparável. Tem loja no Centro que já sofreu três, quatro assaltos. A gente paga caro para ter segurança particular porque tem mais bandido que polícia na rua e isso está chegando até aos shoppings. É preciso ter um plano para combater isso de forma mais firme", destacou.
O representante do Polo Industrial Sul de Teresina, Gilberto Pedrosa, contou que sua empresa já precisou comprar um novo celular para um fiscal da prefeitura que foi assaltado ao verificar um projeto no local. "A situação está cada vez mais difícil. Ninguém está a salvo", conta.
Para o presidente da Fecomércio, Valdeci Cavalcante, uma das soluções é liberar o uso de armas para a sociedade. "Bandido tem que ter medo. Hoje eles estão no comando, porque mesmo quando são presos, a justiça solta", explica.
O presidente do Sindicato dos Lojistas, Tertulino Passos, ressaltou que as vítimas são tanto os empresários, como os consumidores.
"Temos arrombamentos durante a noite e você não pode andar livremente nas ruas, porque vai ter o celular roubado. Isso está impactando nas vendas porque está afastando o consumidor", diz. Para ele, a solução está na junção do aumento do policiamento com a instalação de câmeras de segurança. "Existem algumas câmeras nas ruas do Centro, mas não são todas que funcionam", acrescenta.
Plano de segurança
A Secretaria de Segurança apresentou como uma solução plausível a instalação de um botão do pânico em todos os comércios, que, acoplado a um avançado sistema de tecnologia leve as informações para uma empresa particular de segurança imediatamente. A empresa filtra a informação para não sobrecarregar a polícia. Confirmado o assalto, em menos de cinco segundos todas as imagens são repassadas em tempo real para os policiais, possibilitando a preparação do contingente necessário e a localização do comércio é enviada via GPS.
A Polícia deu como exemplo bem sucedido do plano a cidade de Paulistana, onde não há homicídios há três anos. O sistema foi apresentado pelo representante da empresa particular, que simulou o funcionamento e mostrou exemplos de cidades fora do estado onde o botão já foi implantado.
Quanto custa
Os empresários questionaram quem arcaria com os custos da implantação do sistema, uma vez que eles já gastam muito com segurança.
"Hoje, todos nós já gastamos uma fortuna com segurança. A gente sente que pode fazer um esforço ainda maior, mas estamos fazendo o que o governo deveria fazer. Pagamos uma alta carga tributária para termos estrutura e segurança e não temos. Só se pensa em eleição", crítica Gilberto Pedrosa, destacando que gasta R$ 20 mil por mês com a segurança de uma de suas empresas e está disposto a estudar a implantação do botão do pânico.
A empresa privada informou que enviará os orçamentos na próxima semana aos lojistas.
Jordana Cury
jordanacury@cidadeverde.com
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