Quatro acampados em ocupação no bairro Cacimba Velha, zona rural leste de Teresina, próximo a Avenida Oscar Filho, afirmaram que um policial civil aposentado adentrou o terreno na manhã desta quinta-feira (19) e acabou disparando tiros para o alto após fazer ameaças verbais aos presentes exigindo que deixem o local.
Os ocupantes afirmam que testemunharam o momento em que as balas foram disparadas. Inclusive, falam que estão em posse de alguns projéteis disparados e possuem alguns vídeos do motim causado no momento. Eles também afirmam que o caso já foi denunciado à polícia e registrado Boletim de Ocorrência.
“Nós estávamos lá no local e quando vimos o policial já tinha entrado no terreno e ficou nos ameaçando. Quando a gente viu ele já tinha disparado para cima. Todos nós com medo, claro, saímos correndo”, relatou a doméstica Mara Luana ao Cidadeverde.com, que afirma ter presenciado o ocorrido.
De acordo com os acampados, em frente ao terreno há sempre um grupo de pessoas, que seria formado por policiais militares à paisana e que estariam fazendo a segurança do local, a mando do suposto proprietário do lote. Ainda de acordo com as testemunhas, o policial civil que efetuou os disparos sempre está circulando entre os seguranças e hoje pela manhã adentrou o terreno fazendo as ameaças.
Segundo os denunciantes, o terreno encontrava-se abandonado há cerca de 30 anos, eles decidiram, então, ocupar no último dia 10 de outubro. Cerca de 70 famílias estão acampadas residindo no local.
A assessoria de imprensa da PM informou que está tentando intermediar o conflito, mas que não tem conhecimento nem foi informada sobre o ocorrido. De acordo com a assessoria, a major Julia Beatriz, coordenadora de Gerenciamento de Crises da PM, esteve no local, conversou com os acampados, ficou resolvido que eles sairiam do local e eles saíram. Contudo, voltaram no dia seguinte.
Ainda segundo a assessoria, o proprietário do terreno já entrou em contato com a polícia de posse da escritura do terreno e está esperando que seja atestada e reconhecida judicialmente a titularidade do documento, para que o dono dê entrada no pedido formal de desocuação. Para que assim, a PM possa intermediar a retirada de todos do lote.
Lyza Freitas
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