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15 de jun. de 2017

Febre do Nilo volta a circular no Piauí: 10 notificações e morte


A Febre do Nilo Ocidental voltou a circular no Estado. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saude do Piauí (Sesapi), somente este ano, foram notificados dez casos e uma morte que pode ter sido causada pelo vírus. O primeiro caso da doença no Brasil foi registrado no Piauí em 2014. O paciente era um vaqueiro do município de Aroeiras do Itaim que fez tratamento por cerca de quatro meses, mas ficou quadro de paralisia.
Desta vez, os casos investigados são nas cidades de Teresina (zonas urbanas e rural) e Parnaíba. Herlon Guimarães, diretor de Vigilância em Saúde da Sesapi, disse que ainda é precoce afirmar que há um surto da doença no Estado. O óbito ocorrido no Piauí- provavelmente em decorrência da  Febre do Nilo Ocidental- foi registrado em janeiro. A notificação dos casos levou a Sesapi a administrar uma série de ações no sentido de barrar a cadeia de transmissão do vírus. 
"Temos que ter cuidado e cautela na demonstração dos dados. O fato é que precisamos de mais exames para efetivamente comprovar a presença do vírus no Estado, mas a gente como Vigilância e trazendo a transparência para toda a população, orientamos que tenhamos cuidado", alerta Guimarães.
O material sanguíneo coletado nos pacientes revelou a presença do vírus Febre do Nilo Ocidental, bem como de outros vírus transmitido pelo  mosquito Aedes aegypti. 
"Os exames mostraram uma reação cruzada também com outro vírus. As duas doenças se propagaram nessas pessoas. Isso está cada vez mais comum no Estado. Vivenciamos, por exemplo, com a dengue e chikungunya. Por isso, precisamos de exames mais aprofundados para que a gente possa dar mais uma definição. Em uma única picada, o mosquito pode transmitir os dois vírus", esclarece Herlon Guimarães. 
A febre pode ser transmitida por aves silvestres e mosquitos e podem afetar outros hospedeiros, como aves, humanos, cavalos e outros mamíferos.
"A particularidade dessa doença é que ela é transmitida pelo mosquito Culex, conhecido popularmente como  muriçoca/ pernilongo, que pica a ave e consegue transmitir para o homem", reitera diretor de Vigilância em Saúde da Sesapi que orienta ainda que a população evite acúmulo de água e redobre os cuidados com o lixo para evitar a proliferação do mosquito. 
Cerca de 10% dos pacientes infectados podem desenvolver a forma grave da doença. 

Nota da Sesapi

 A Secretaria de Estado do Piauí notificou dez casos suspeitos de Doença Neuroinvasiva Grave pelo vírus da Febre do Nilo Ocidental. Os casos referem-se a resultados de exames laboratoriais realizados em 2017, no Instituto Evandro Chagas(IEC), laboratório referência do Ministério da Saúde. Em todos os exames, verificou-se reação cruzada (positividade simultânea) com pelo menos um outro flavivírus, dentre eles: zika, dengue e vírus da encefalite de Saint Louis (VESL). Dessas notificações, confirma-se um óbito de paciente residente em Teresina-PI.   
Todos os casos têm sido acompanhados pela Secretaria de Estado da Saúde, que já adotou as providências pertinentes à Vigilância deste agravo, quais sejam: em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Teresina, realiza a investigação em campo, que envolve identificação e estudo de vetores; elaboração de um plano de ação para enfrentamento à doença; e implantação do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella como unidade de referência estadual para diagnóstico e tratamento da Febre do Nilo Ocidental. Além disso, a Secretaria já notificou o Ministério da Saúde destes resultados que, para confirmação, necessitam ser referendados por exames mais complexos e demorados. 
Doença de notificação compulsória imediata (em até 24h) em todo o território nacional, desde 2006, a Febre do Nilo manifesta-se na forma de encefalite, paralisia flácida aguda ou meningite asséptica, podendo levar à morte em 10% dos casos ou deixar sequelas neurológicas em significativa proporção dos sobreviventes.
A FNO é uma arbovirose causada pelo Vírus do Nilo Ocidental (VNO), cuja transmissão aos seres humanos ocorre principalmente através da picada de mosquitos do gênero Culex (muriçoca, pernilongo comum). O mosquito Aedes albopictus também é considerado um vetor potencial. 
A Sesapi mantém as recomendações para medidas de combate à proliferação de mosquitos já indicadas por conta do risco de transmissão de dengue, Zika e chikungunya, bem como de minimização da exposição dos indivíduos aos vetores.                  

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