A gigantesca Moscou, com seus 11 milhões de habitantes, vai concentrar boa parte das atenções da Copa do Mundo em 2018. Aqui serão disputados 12 dos 64 jogos, incluindo abertura e final, além de receber o centro internacional de imprensa.
A cidade terá partidas em dois estádios, Luzhniki e Spartak, algo pouco comum em mundiais. Exatamente um ano antes de começar o maior evento do planeta, é possível dizer que a capital da Rússia vai surpreender muita gente. Para começar, Moscou é muito mais do que vodka e frio.
Na política, claro que tudo que aconteceu nos tempos de União Soviética permanece na memória, e o mausoléu de Lenin está lá, na Praça Vermelha. Seu busto também fica na entrada do principal estádio da Copa.
Mas aos poucos, aquela imagem dos edifícios seculares, sombrios e cinzentos devido a arquitetura padronizada dos tempos de comunismo está desaparecendo. Surge nova atmosfera, com uma Moscou vibrante e colorida, que tem absorvido a cultura capitalista, com carros importados e lojas de grife.
Ótimos restaurantes, shoppings, museus e as lindas cúpulas das igrejas compõe um misto interessante de passado e presente, tornando a cidade muito atrativa e charmosa, ainda mais com as agradáveis temperaturas do verão que está chegando. Nesta semana, chegou a fazer 24 graus durante o dia. De noite, cai para cerca de 15 graus. Com o começo da Copa das Confederações neste sábado, a capital da Copa deve começar a entrar no ritmo da competição.
— Acho que com o começo do torneio, as pessoas vendo Cristiano Ronaldo, a seleção alemã jogando aqui, as coisas devem melhorar, porque até agora a movimentação não é tão grande. A seleção da Rússia vem decepcionando nos últimos anos, talvez eles estejam desconfiados, mas a paixão do russo pelo futebol é muito grande — descreve o jornalista Fábio Aleixo, que está morando em Moscou, estudando o idioma local e mandando matérias para a Folha de S. Paulo.
O ponto de maior circulação de torcedores e turistas será a Praça Vermelha, o grande cartão-postal da Rússia. É o coração da cidade, junto ao Kremlin, a Catedral de São Basílio e o shopping Gum, com uma grande concentração de lojas de luxo. Também nesta área está localizado o relógio oficial da FIFA com a contagem regressiva para a partida de abertura. Quem vier acompanhar os jogos e passear, vai encontrar preços interessantes.
— Nas áreas turísticas e nas ruas próximas, você vai pagar um pouco mais caro. Mas comparando com São Paulo, que é a minha cidade, aqui o custo de vida é mais barato. As compras no supermercado são baratas, quem não quiser esbanjar muito vai conseguir. Em restaurantes típicos dá para comer bem por 5 dólares — contou Fábio.
A dificuldade é o deslocamento. Poucos taxistas falam inglês. O Uber é uma boa alternativa, mas tem que ter plano de dados no telefone ou wifi. O metrô tem ótima estrutura e funciona muito bem. Para os russos. Para os estrangeiros é uma aventura.
Toda a sinalização é em cirílico, é muito difícil de entender, e pedir ajuda muitas vezes não adianta, porque poucas pessoas falam inglês por aqui. Mas já foi pior. O goleiro Guilherme, brasileiro naturalizado russo, vai jogar a Copa das Confederações. Ele mora há dez anos em Moscou.
— Melhorou um pouco, quando eu cheguei era impossível se comunicar sem falar o idioma local. Os mais jovens são abertos, tem interesse em aprender. Independente disso a cidade é fantástica para se viver.
Com Guilherme na lista dos convocados, a Rússia tenta embalar dentro e fora de campo. Faltando exatamente um ano, essa é a Moscou que espera o mundo na Copa de 2018.
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