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6 de jun. de 2017

Atlas da Violência: de cada 100 pessoas que sofrem homicídio no Brasil, 71 são negras

É uma tragédia social os números do Atlas da Violência divulgados nesta segunda-feira (5 de junho de 2017). Segundo o levantamento de cada 100 pessoas que sofrem  homicídio no Brasil, 71 são negras. No Piauí, o número de assassinatos de mulheres cresceu 65% em cinco anos no Estado.
Cidadeverde.com divulga um resumo dos principais dados nacionais e locais sobre a pesquisa que foi feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao governo federal, em parceria com a ONG especializada no assunto, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O documento tem 61 páginas. 
Dados inimagináveis:
Segundo o estudo, em três semanas são assassinadas no Brasil mais pessoas do que o total de mortos em todos os ataques terroristas no mundo nos cinco primeiros meses de 2017, que envolveram 498 atentados, resultando em 3.314 vítimas fatais. 
  • Mais de 318 mil jovens foram assassinados entre 2005 e 2015
  • De cada 100 pessoas que sofrem homicídio no Brasil, 71 são negras. 
  • Estima que o cidadão negro possui chances 23,5% maiores de sofrer assassinato em relação a cidadãos de outras raças/cores.
  • Negro e jovem sem estudo são maiores vítimas de violência
  • Atlas da Violência aponta 59 mil homicídios no País em 2015
  • Sete em cada dez homicídios no Brasil em 2015 foram com armas de fogo
  • Homicídios cresceram 22,7% em dez anos no país no País 
  • Taxa de homicídios no Piauí recua pela 1ª vez em oito anos
  • Em 2015, 4.621 mulheres foram assassinadas no Brasil
  • Em 2015 foram 31.264 homicídios de jovens entre 15 e 29 anos
O Atlas adverte também que as maiores diminuições nas taxas de homicídios no período, que aconteceram no Espírito Santo (-27,6%), Paraná (-23,4%) e Alagoas (-21,8%). Por outro lado, o substancial crescimento da taxa de homicídios nos últimos cinco anos nos estados de Sergipe (+77,7%), Rio Grande do Norte (+75,5%), Piauí (+54,0%) e Maranhão (52,8%) é extremamente preocupante e deveria despertar todas as atenções do poder público e da sociedade em geral. 
O Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), em sentença do dia 16 de fevereiro de 2017, no Caso Favela Nova Brasília. O Estado brasileiro foi condenado pelas falhas e demora na investigação e sanção dos responsáveis pelas execuções extrajudiciais de 26 pessoas durante operações realizadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro nessa comunidade do Complexo do Alemão, em 1994 e 1995. 

O alerta deixado pelos estudiosos do Atlas da Violência
"É um filme que se repete há décadas e que escancara a nossa irracionalidade social. Não se investe adequadamente na educação infantil (a fase mais importante do desenvolvimento humano). Relega-se à criança e ao jovem em condição de vulnerabilidade social um processo de crescimento pessoal sem a devida supervisão e orientação e uma escola de má qualidade, que não diz respeito aos interesses e valores desses indivíduos. Quando o mesmo se rebela ou é expulso da escola (como um produto não conforme numa produção fabril), faltam motivos para uma aderência e concordância deste aos valores sociais vigentes e sobram incentivos em favor de uma trajetória de delinquência e crime".

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